Substituição no Esporte não prejudica a Copa, avaliam cientistas políticos

27/10/2011 - 18h51

Política
Isabela Vieira
Enviada Especial

Caxambu - As negociações com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para a Copa do Mundo de 2014 podem sair favorecidas com a nomeação de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Ministério do Esporte, em substituição a Orlando Silva, que deixou a pasta ontem (26). Na avaliação de cientistas políticos que atuam na área de esporte, a troca também não trará prejuízo ao calendário das obras.

O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) Tulio Velho Barreto , autor do estudo Os Espaços Físicos e o Habitus dos Torcedores Brasileiros em Estádios de Futebol: o Que Pode Mudar com a Adoção do Padrão Fifa para a Copa de 2014, vê em Aldo Rebelo um interlocutor político mais qualificado e com possibilidades de “recolocar o ministério em uma posição importante na Fifa”.

“Aldo Rebelo é um político de outro patamar, já foi presidente da Câmara [dos Deputados], tem mais habilidades com negociador, é de outra importância”, disse Barreto, que participa do 35º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), em Caxambu (MG).

Para o cientista politico pernambucano, as denúncias de corrupção que levaram Orlando Silva a deixar a pasta podiam “enfraquecer posições do Brasil que desagradavam a Fifa”, como a meia-entrada para idosos. “Já existe uma certa tensão em função do que a Fifa exige e do que o governo acredita que deve ser mantido por uma questão de autonomia do país”, disse.

O pesquisador se refere à Lei Geral da Copa. Em discussão no Congresso Nacional, o texto permite que a entidade estabeleça os valores dos ingressos para os jogos. Até então, a posição do governo era de que só havia a possibilidade de vender meia-entrada para idosos e não para estudantes.

Coordenador de pesquisas na área de antropologia do esporte, Luís Henrique de Toledo, da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) compartilha do mesmo pensamento do colega pernambucano. Para ele, como ambos os ministros são do mesmo partido não há, por enquanto, nenhum indício de mudança nas políticas do ministério, na condução de negociações e das obras para o Mundial.

“A Fifa promove um evento privado. Relaciona-se com as empreiteiras, com os times. Lucra com isso, e nós aceitamos. Por isso, não importa o indicado do Estado. Mas como Aldo tem mais estofo como político, talvez, as coisa até andem mais rapidamente”, disse Toledo.


Edição: Aécio Amado

Agência Brasil

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